Sujeiras e Fios
Olhando da minha janela eu vejo a usina,
com a boca de lobos devoradores,
cuspindo seu miasma.
O céu está cinza,
reflexo dos túmulos que estão aqui em baixo.
O verde está agora
no lodo que banha os rios,
lagos e oceanos.
Ainda vejo esperança,
e ela não é mais verde.
Um pássaro amarelo ouro,
reluz sua solidão com
um pio de tristeza!
E ainda há esperança?
As linhas juntam
nossos ossos como uma marionete.
Nossa mãe Gaia,
chora uma chuva ácida.
Os fios que ligam seus filhos foram partidos.
E eu olhando pela minha janela,
Quanto tempo serei um mero expectador?
O mundo agoniza,
e ainda há esperança?