Sujeiras e Fios

Olhando da minha janela eu vejo a usina,

com a boca de lobos devoradores,

cuspindo seu miasma.

O céu está cinza,

reflexo dos túmulos que estão aqui em baixo.

O verde está agora

no lodo que banha os rios,

lagos e oceanos.

Ainda vejo esperança,

e ela não é mais verde.

Um pássaro amarelo ouro,

reluz sua solidão com

um pio de tristeza!

E ainda há esperança?

As linhas juntam

nossos ossos como uma marionete.

Nossa mãe Gaia,

chora uma chuva ácida.

Os fios que ligam seus filhos foram partidos.

E eu olhando pela minha janela,

Quanto tempo serei um mero expectador?

O mundo agoniza,

e ainda há esperança?

Jardel Ferreira Mendonça
Enviado por Jardel Ferreira Mendonça em 07/08/2020
Código do texto: T7029303
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