tolice é não dizer
se você
e eu morrer
(e isso é certo como dois e dois são quatro)
quem de dois
vai saber
do nosso amor escondido
contado diariamente
ao pé do ouvido
tolice
não vamos mais nos esconder
vamos sair por ai
sem máscaras
cara limpa
peito aberto
coração
nas mãos
vamos escrever
nas praças
nos muros
nas vidraças
que o meu amor é teu
e o teu é todinho meu
como naqueles tempos
de manhãs sem bolores
de dias cheios de cores
de amores inteiros
escritos sem qualquer vergonha
vamos sair por ai
como naqueles dias
em que tudo era esperança
em cada uma das nossas manhãs vadias
vamos dizer e dizer-nos
quem de nós dois poderá dizer
que o amanhã vai chegar
todo amanhã já é tarde demais...
o amor tem pressa
tentem salientar o indizível
amor é fome, é sede, é vexame,
é calma e pressa,
deita na cama,
espera
ama...
quer o gozo,
a brincadeira,
os lençóis remexidos,
a maciez do sorriso
o silêncio do depois...
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ao beijo nunca dado
porque amar consiste naquilo que poderia ter sido
amo você