Todos… Verão

Na pelada da praia,
a bola que rola,
a popa que passa.
Na queda de corpo, o drible,
no jogo de cintura, o balanço dela.
Eis o grito, a bola sacode a rede.
Ela bamboleia o quadril,
espalha mel pelas coxas
bronzeando o seio desnudo.
A correria cresce na pelada
enquanto a mesma se debruça,
o dorso, agora exposto.
Fica no ar de verão,
o sabor, o gosto,
aquele colírio afeito para visão.
Mas o pecado segue quebrando o pau.
Aqui também há um desejo de quebrar,
desgastar o tempo no sol calorento,
esfriando na água o assento.
A pelada termina em rififi
enquanto a outra continua ali,
inebriando, colorindo,
ofuscando tantas outras, menos nuas,
que também bronzeiam seus panos.
Agora sim, ela se ergue,
o seio suspenso, perfeito jardim da Babilônia.
Floresce, encandece
e sutilmente fica coberto.
E o bamboleio caminha,
vagueia, solto à rua e se perde
para tortura de tantos olhos,
que agora possivelmente posam nas suas,
outras e fiéis seguidoras.
Triste sina da mulher que nasceu para ser mulher
e não futebol de praia....
De praia sem compromisso.