SUCO DE LIMÃO
Por vezes me pergunto... Por que
não mais queres o meu “amor”?
Também, quem mandou ser tão “reles”,
a ponto de consentir rancor
contra quem só te fez o“bem”?
Bem feito! Quem mandou ser “murrinha”,
controlar! Não mentir ou roubar?
Como querer o querer de quem não tinha
muito a oferecer, a não ser ânimo de trabalhar
e com a honestidade ir além?
Tenho eu posses de “pio”, e
de saúde tenho lá o meu quinhão!
Mas, para acomodar – me ao esculápio,
que no público dita normas de patrão,
talvez faltem em mim “virtudes especiais”.
Ressalvo os amigos que fiz e poucos os são,
pouquíssimos, aliás!
Conto-os nos dedos de uma só mão,
e quando a saudade tabuleira de volta me trás,
acomodam - me miragens de cheiros e sabores “reais”.
Entendo afinal o teu jogo ardiloso,
que teme do intruso “xénos” à boa sina.
Agora livre, viajante remansoso,
quando penso em ti, vou ao bar da esquina
e peço rutáceo suco... Sem o citro, feito – a – mão.