À MARGEM
A vida procura um sonho, qualquer um que os façam viver.
A fé se apartou deles, multiplicou suas angústias, esgotou sua paciência,
mutilou suas asas.
A mentira dos sorrisos na boca amarga do não, paralisa seus movimentos.
Buscam refúgio na estação do próximo momento.
Estão só, como doentes contagiosos alijados dos direitos nos espaços habitados por seres interplanetários,
inflados na disputa corpórea para limpar o para-brisa do carro.
As migalhas aliviam a fome e os vícios (que regeneram suas asas),
carnaval de suas alegrias.