A seca
Gilberto Carvalho Pereira
Fortaleza, CE, 2/7/2020
Contemplo emaranhado de galhos
Desnudos de suas verdes folhas
Sugerindo lembrar a seca, atalhos
Que promove mortes sem escolhas.
Dos homens sofridos do agreste
Que sob sol inclemente e severo
Envoltos sempre em doença, peste
O tempo quase sempre efêmero.
Céu límpido, azul e sem nuvens
Deixando passar a radiação UV, mortal
Num processo de trabalho trivial.
Da terra seca procuram o alimento
De pouca serventia para o sustento
De famílias já sem esperanças.