Despretensão

Eu, a folha, um trato.

Vamos criar algo.

Literário, talvez!

Sentimental de novo.

Dirigido ao povo

ou àquela saudade

mais uma vez.

Que bom seria

se essa poesia

tivesse um nome.

Quem sabe se as frases,

de complicadas crases,

ignorassem os pronomes.

Não sei.

Sinceramente, não sei.

Escuto o vento,

mas nem ele sabe

que intenção cabe

nesse momento.

O papel exige

meu argumento.

Não direciono nada,

mas me contento.

Escrevo palavras

vazias, vagas

sem sentimentos.

Alguém lê e sobrepõe

e entrepõe a sua história.

O poema que fiz, sem memória,

atingiu alguém,

virou dedicatória.

LUCIANO AUGUSTO
Enviado por LUCIANO AUGUSTO em 03/07/2020
Reeditado em 03/07/2020
Código do texto: T6995124
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