Despretensão
Eu, a folha, um trato.
Vamos criar algo.
Literário, talvez!
Sentimental de novo.
Dirigido ao povo
ou àquela saudade
mais uma vez.
Que bom seria
se essa poesia
tivesse um nome.
Quem sabe se as frases,
de complicadas crases,
ignorassem os pronomes.
Não sei.
Sinceramente, não sei.
Escuto o vento,
mas nem ele sabe
que intenção cabe
nesse momento.
O papel exige
meu argumento.
Não direciono nada,
mas me contento.
Escrevo palavras
vazias, vagas
sem sentimentos.
Alguém lê e sobrepõe
e entrepõe a sua história.
O poema que fiz, sem memória,
atingiu alguém,
virou dedicatória.