Conhecendo o amor da minha vida

Quando Elaine percebeu que ele não voltaria mais, pensou em clamar por sua volta. Em 67 segundos, ela mudou de ideia. Enxugou as lágrimas e chutou com força a almofada esverdeada que tinha ganhado de presente no dia dos namorados (verde nem era sua cor favorita). No décimo oitavo chute, Elaine lembrou que tinha pedido um livro e não uma almofada, então chutou com mais força. 

Não demorou para esgotar suas forças, sendo assim Elaine deitou no sofá (obviamente as almofadas estavam rasgadas), não tinha vontade de levantar nunca mais. Após 8 minutos, algo veio em sua mente: "poderia jogar fora alguma outra coisa que ele me deu". Contudo, ao notar que Jessie estava dormindo no tapete, Elaine resolveu seguir os passos da sua amiga felina. 

Por volta de 1:32h, Elaine acordou com algo fazendo seu coração bater mais rápido, algo que fazia sua mente produzir múltiplas informações. Algo que não acontecia há 4 anos, a vontade de escrever. Ela levantou do sofá e pegou seu celular. Nas anotações estavam seus antigos contos e seus longos poemas. 

Elaine colocou as palavras que nasciam em seu coração no teclado virtual, porém não foi um conto sobre um término, nem tão pouco histórias melodramáticas, ela escreveu algo sobre voltar a brilhar, uma história de esperança que renascia em seu interior. Enquanto escrevia Elaine lembrou que não criava nada desde que passou a viver em função dele.

Foi quando a incomparável luz do sol bateu em seu rosto, ela notou que havia passado a madrugada escrevendo e com um sorriso disse: "estou de volta". Elaine não tinha escolhido o nome de sua nova história, contudo sabia exatamente as primeiras frases da dedicatória: "obrigado por não voltar, com isso passei a escrever novamente e obrigado por não bater novamente na minha porta, pois foi assim que conheci o amor da minha vida".

Talvez Elaine tenha exagerado no tom irônico da última frase, ou será que o amor consistia em algo não físico? Só mesmo a sorridente Elaine para responder.