ARDOROSO COTIDIANO
Meu trabalho é só dever e aborrecimento
Caras fechadas, duras, falsas, mas
O ódio em minhas veias fede a apodrecimento
Põem para fora quem critica as normas
Amigos vão-se embora atrás de oportunidades
Retratos de risos ficam tristes com as lembranças
De momentos que se foram cobrindo a saudade
Queria voltar o relógio e brincar como criança
Brinquedos de agora são farpas que me ferem
Os colegas de agora: antipáticos como o tempo
Queria não ser da profissão só uma engrenagem
E arrombar fronteiras como o louco vento
Mas pessoas são martelos martelando nossa paciência
Para talvez nunca entender a razão de uma existência!