No fim de todas as coisas

O sono não veio

Aliás, já faz um bom tempo que não vem.

Sei que é madrugada

Pois já faz silêncio, e não ouço mais nada.

Me pego pensando, mais do que me mexo

Reclamo, mais do que agradeço

Desabo, mais do que me ergo

Sinceramente, nem me reconheço.

Fico por horas me questionando

Me punindo, forçando o choro

Lembrando do passado

E tudo se moveu, só restou eu.

A água do café secou

As migalhas do pão, as formigas levaram

As lágrimas, se Juntaram as ondas

Que quebram na porta, e choram.

Ascendo um cigarro

E na tv, tudo se renova

Os animais saem pra rua

E os homens ficam em casa

O universo fala o tempo todo

E nós somos surdos o tempo todo

Minha caridade precisa ser postada

Se não, não vale, não levanta meu ego.

O vento nas árvores é lúgubre

Quando bate, é pesado como terra

E como um beijo no vidro do ônibus

É a saudade dos dias de sol, da velha era.

Cada um se pune por algo

Por não dizer a verdade

Por chutar quem está por baixo

Ou ser outra pessoa, por simples vaidade.

No fim de todas as coisas

Nasce outras experiências

Seja vida ou morte

Aproveitemos nossas existências.

Um abraço, até uns meses atrás

Não fazia falta, era costume

Mas abusamos demais do que não nos pertence

E estamos perdendo repentinamente

De um dia pro outro

De um pro outro

Num segundo

Acaba apenas o seu mundo.

Robert Ramos
Enviado por Robert Ramos em 02/06/2020
Código do texto: T6966081
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