A ROSA

Tu foste botão fechado

em verde cofre lacrado,

prenúncio de amor e vida.

Até os seus quase-espinhos,

flexíveis e delicados,

cercando sua guarida.

Só dispensavam carinhos,

se dolentes eram tocados

por distraídos meninos.

E logo se transformou...

De botão rosa se fez.

Tão divina e graciosa,

tão bela e tão formosa,

a perfumada flor.

Que escolheu, o cantor,

beleza de tal jaez,

para exaltar o amor.

Assim te amamos todos,

poetas, amantes...loucos.

enlevados de encantos.

Te louvamos com mil versos,

em instrumentos diversos.

Fizeste feliz a tantos.

E logo se transformou...

A formosura em espanto.

Da alegria fez-se pranto.

Da beleza a sequidão.

Até o seu doce perfume,

perdeu a sua atração.

E o espinho enrijeceu-se

Furando a minha mão.

Mas não me senti ferido.

Compadeci-me da rosa.

Pois se perder os espinhos,

Não deixará de ser rosa?

Kleber Versares
Enviado por Kleber Versares em 01/06/2020
Reeditado em 02/06/2020
Código do texto: T6964902
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.