ATREVIDO GRILO
ATREVIDO GRILO
E esse grilo que pula na calça
pulsa no zíper... Cri, cri, cri...
Pela ruas e praça, noite à
dentro, roí o couro e traça a raça.
Esse grilo de pernas que pula,
roí a seda, come os pães e panos
e submerge sob os buracos dos
enganos influídos de fulano.
Esse grilo, grila e fica careca com o
roer dos planos dos anos e recebe
a sua vil sentença arcando com o
descabelo de literal engano.
Com o tempo e com a sua tensão...
Com o passar dos anos esse grilo,
segue levando a breca e já quase
sem tecla, pulsa frágil o seu tenro
coração.
Antonio Montes