Pingo d’água
Gilberto Carvalho Pereira, Fortaleza, CE,
15 de abril de 2020
Caem gotas na seca do sertão
É a alegria de um povo sofredor
Preces feitas para bom verão
E, assim, mitigar a fome e a dor.
Dos homens e mulheres fortes
Na labuta da lavoura, sol a sol
Para em sua prole evitar mortes
De volta para casa só no arrebol.
Mãos calejadas agradecem a Deus
Pelos pingos d´água a cair no rosto
Da vida dura não exprime desgosto.
Pingos d’águas que se confundem
Com lágrimas que brotam de alegria
Saindo do fundo d’alma em euforia.