o homem de frente e de costas
Trava a porta
Fecha a janela
Espera tudo passar.
Finge que aqui não mora ninguém, quem sabe vai despistar.
Não é de hoje que essa gente morre, essa gente morre sem parar.
Não é de hoje que eu sirvo a Deus e a Ele sirvo sem questionar.
Só me faltava, essa gente morrendo, pra dizer que Deus não fez sua parte.
Pegue esse pão, meu irmão, que te entrego
Quer uma água? Que tal um café?
Ontem não te vi passar por aqui, espero que esteja bem.
De pés descalços, o homem ouve -
o vento brinca com a camisa;
De mãos trêmulas, o homem recebe -
a barba oscila no ar que expira;
Pegou tudo e foi ligeiro, o homem que de amor padece.
Te falei hoje mais cedo,
Esse povo daqui não presta.
Moribundo andando à toa
Só me faltava essa...
Deus dai-me paciência!
pra lidar com toda essa gente
que morre de qualquer doença.