As Acrobacias de um Moleque!

Meu primeiro sonho.

Meu primeiro ídolo.

Minha primeira travessura.

Meu primeiro perigo...

Tudo isso sob duas rodas.

Na inspiração de um intrépido às da praça.

Na pessoa do guri Neri Ávila.

Todos desejavam alcançar suas manobras.

Essa era a nossa graça.

Peripécias sobre os canteiros.

Adrenalina pura pra moleque ‘arteiro'.

O rapaz era o ídolo dessas proezas.

Batia os recordes nas destrezas.

Pedalava até por cima das muretas.

Fazia manobras em nível horizontal

Com rapidez e agilidade no pedal.

Vencia curvas de 90 graus.

E a gente queria o mesmo.

Alcançar o mesmo nível!

Mas parecia impossível...

Aí vinham os obstáculos.

Os tombos e as dores das feridas.

Por que aquilo tudo não era coisa fácil!

Além de superar o medo.

Tinham as repreensões domésticas.

As mães querendo explicação?

Afinal, nada acontece por acaso.

Tudo tem começo, meio e fim.

E quando eu caia tinha dó de mim.

Além da dor; vinham as perguntas sem fim!

Mas não me arrependo!

Tudo que fiz foi pra aprender concorrendo.

A vida estava ensinando.

Que os meios justificam os fins.

Mesmo que o sofrimento fizesse parte de mim.

Como comecei eu tinha que chegar ao fim.

Aí ficou o aprendizado.

Ensinou-me a competir e a buscar meu limite.

Pra tudo há uma receita.

Só quem vive pra enfrentar.

É que se torna campeão.

Não venci o Nery Ávila.

O homem era fora de série.

A vida tem disso...

Mas cheguei bem perto de ser um às.

Não naquilo que a molecagem almejou.

Mas naquilo que a vida ensinou.

Correr atrás do melhor...

Se não conseguir alcançá-lo.

Ainda assim vai triunfar.

A caminhada é longa...

Indo atrás do melhor muitos vão ficar pra trás...

Machadinho
Enviado por Machadinho em 14/04/2020
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