QUASE TUDO
QUASE TUDO
Por cima do muro, dois olhos
e um olhar, olha o mundo
e duas patas deixam marcas
que vai zanzar no futuro.
Sob o muro... Um furo.
A mira olha o horizonte.
Um buraco para um olho
um sentimento profundo.
Um pensamentos bate asa,
e plaina rondando no ar
voa por ai, por aqui...
Por lá, por cá, por todo lugar...
Sem rumo nem um...
Voa mais que o zum, zum ,zum.
Sob o muro bandeira a pichação...
Um vento bento um tufão
um ciclone de paixão.
Sob o muro tijolos e massa
jogada por colher de ferro,
um riso um trisco um pisco...
Uma voz do homem,
um urro de lobisomem.
Por cima do muro... Vozes,
de menino de moça e de velha
voz conhecida, d'aquela d'aquele
um assovio de quem quiser
e d'uma vida qualquer.
Por cima do muro...
A linha do horizonte um ponto
duro inseguro e o prumo
aprumando quase tudo.
Antonio Montes