QUASE TUDO

QUASE TUDO

Por cima do muro, dois olhos

e um olhar, olha o mundo

e duas patas deixam marcas

que vai zanzar no futuro.

Sob o muro... Um furo.

A mira olha o horizonte.

Um buraco para um olho

um sentimento profundo.

Um pensamentos bate asa,

e plaina rondando no ar

voa por ai, por aqui...

Por lá, por cá, por todo lugar...

Sem rumo nem um...

Voa mais que o zum, zum ,zum.

Sob o muro bandeira a pichação...

Um vento bento um tufão

um ciclone de paixão.

Sob o muro tijolos e massa

jogada por colher de ferro,

um riso um trisco um pisco...

Uma voz do homem,

um urro de lobisomem.

Por cima do muro... Vozes,

de menino de moça e de velha

voz conhecida, d'aquela d'aquele

um assovio de quem quiser

e d'uma vida qualquer.

Por cima do muro...

A linha do horizonte um ponto

duro inseguro e o prumo

aprumando quase tudo.

Antonio Montes

Amontesferr
Enviado por Amontesferr em 12/04/2020
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