RUAS DA GRATIDÃO
RUAS DA GRATIDÃO
Eu vejo cinema na rua. Sem fita
sem projeção. Um monte de
gente na lente lenta, movido por
um ladrão. As rosas sob seus buque
murchando o verde, sem p'ra que
perdendo a cor. Os rios morrendo
de sede e a vida. desprotegida
de amor. O viver sem sim nem
p'ra que escapulindo da paixão...
Escorregando da alegria de ser.
Eu vejo o cinema na rua...
Sem cortina sem rima. Uma poesia
desprovida do alto estima...
Um povo trabalhando apenas para
pagar... E outros por ai p'ra lá e pra
cá, sem lugar p'ra morar nem habitar
... Desprovido da refeição andando
na contra mão, tagarelando pelas
ruas da gratidão.
Antonio Montes