AMIGA INSEPARAVEL

AMIGA INSEPARÁVEL

É comum eu acordar e a poesia está

diante de mim, com seu riso

habitual de amiga inseparável

trazendo-me imagens

tanto reais como abstratas,

para que as transforme

em linguagem poética.

No limiar da manhã

o sol desce rasteiro. Seca o orvalho

nas plantas. Faz sorrir as flores

cheirosas. Clareia o interior

dos recintos domésticos. Oferece

alegria ao dia,

com sua luz natural.

As pessoas acordam.

Fazem a higiene corporal. Tomam

o café da manhã.

Traçam planos existenciais.

Umas se ocupam com tarefas

domésticas. Outras saem

para o trabalho fora de casa.

Enquanto o sol

mais aquece o dia,

com seu lento mas contínuo andar.

Entrementes,

o dia parece resistir ao seu término

inevitável. Mas o ocaso já mostra

sua beleza rubra, no breve instante

crepuscular vespertino.

Um sinal evidente de que o dia

quer ceder o seu lugar

para a noite, que, apesar da escuridão,

não deixa de destacar:

nem o brilho cintilante das estrelas,

nem o clarão da lua ensolarada.

Adilson Fontoura

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 25/03/2020
Reeditado em 18/11/2022
Código do texto: T6896902
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