AMIGA INSEPARAVEL
AMIGA INSEPARÁVEL
É comum eu acordar e a poesia está
diante de mim, com seu riso
habitual de amiga inseparável
trazendo-me imagens
tanto reais como abstratas,
para que as transforme
em linguagem poética.
No limiar da manhã
o sol desce rasteiro. Seca o orvalho
nas plantas. Faz sorrir as flores
cheirosas. Clareia o interior
dos recintos domésticos. Oferece
alegria ao dia,
com sua luz natural.
As pessoas acordam.
Fazem a higiene corporal. Tomam
o café da manhã.
Traçam planos existenciais.
Umas se ocupam com tarefas
domésticas. Outras saem
para o trabalho fora de casa.
Enquanto o sol
mais aquece o dia,
com seu lento mas contínuo andar.
Entrementes,
o dia parece resistir ao seu término
inevitável. Mas o ocaso já mostra
sua beleza rubra, no breve instante
crepuscular vespertino.
Um sinal evidente de que o dia
quer ceder o seu lugar
para a noite, que, apesar da escuridão,
não deixa de destacar:
nem o brilho cintilante das estrelas,
nem o clarão da lua ensolarada.
Adilson Fontoura