há tempos

Há tempos

Há tempos venho regando meu jardim.

De um jeito torto que talvez a flor goste de mim.

Pelo aroma da poesia é que vou tecendo esse campo.

Mas não vou negar que juntar palavras é relatar o pranto.

São as faces da visão.

Soprar a felicidade de repente.

Fazer de conta que nunca.

Fazer aquela proposta maluca.

Alimentando a emoção.

Eu queria ver mesmo o que dá.

Cruzar palavra vulgar.

Ou então ditar a esmo.

Sem entender a si mesmo.

Há tempos busco compreensão.

Nada então.

O oco, a paixão.

Nada, sintoma de perdido.

Coração ferido.

Aquela palavra covarde.

E eu achando que é tarde.

Para mandar ela.

A infelicidade.

Para o raio que o parta.

Sou mais a poesia.

Que fala e canta.

Que dita o ritmo do meu dia.

Giovane Silva Santos

Giovane Silva Santos
Enviado por Giovane Silva Santos em 19/03/2020
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