há tempos
Há tempos
Há tempos venho regando meu jardim.
De um jeito torto que talvez a flor goste de mim.
Pelo aroma da poesia é que vou tecendo esse campo.
Mas não vou negar que juntar palavras é relatar o pranto.
São as faces da visão.
Soprar a felicidade de repente.
Fazer de conta que nunca.
Fazer aquela proposta maluca.
Alimentando a emoção.
Eu queria ver mesmo o que dá.
Cruzar palavra vulgar.
Ou então ditar a esmo.
Sem entender a si mesmo.
Há tempos busco compreensão.
Nada então.
O oco, a paixão.
Nada, sintoma de perdido.
Coração ferido.
Aquela palavra covarde.
E eu achando que é tarde.
Para mandar ela.
A infelicidade.
Para o raio que o parta.
Sou mais a poesia.
Que fala e canta.
Que dita o ritmo do meu dia.
Giovane Silva Santos