ELO DA LEI
ELO DA LEI
Deita seu sono, nisso eu...
Rodo a noite feito lobo.
sob as lembranças dos meus
eu vou velejando meu jogo.
E nas jogadas sob balas
entre cilada da escuridão
o medo me treme a alma,
com o futuro em furacão.
Deita seu sono, nisso eu...
estou sob mira de uma arma
mirando assim o meu adeus
enquanto o coração dispara.
Estou pelas ruas sem fim...
N'um beco qualquer da vida
a pressão faz parte de mim
e eu faço parte da partida.
Deita seu sono,
macio n'um quarto calmo
enquanto a vida da paixão,
ronda a noite sem entreva-lo.
Sob frio d'uma noite escura,
na escuridão que desacalma
na silhueta de uma figura
eu vejo o balançar da alma.
Estou na radio e acordado
patrulhando pelas ruas sem fim
cada bairro um tipo de cuidado
cada cuidado um Deus sob mim.
Deita o seu sono...
Todo fiel e verdadeiro
enquanto eu...
Passo em branco pela noite
os sonos de todas as horas
os trancos de todas as foices.
Antonio Montes