ELO DA LEI

ELO DA LEI

Deita seu sono, nisso eu...

Rodo a noite feito lobo.

sob as lembranças dos meus

eu vou velejando meu jogo.

E nas jogadas sob balas

entre cilada da escuridão

o medo me treme a alma,

com o futuro em furacão.

Deita seu sono, nisso eu...

estou sob mira de uma arma

mirando assim o meu adeus

enquanto o coração dispara.

Estou pelas ruas sem fim...

N'um beco qualquer da vida

a pressão faz parte de mim

e eu faço parte da partida.

Deita seu sono,

macio n'um quarto calmo

enquanto a vida da paixão,

ronda a noite sem entreva-lo.

Sob frio d'uma noite escura,

na escuridão que desacalma

na silhueta de uma figura

eu vejo o balançar da alma.

Estou na radio e acordado

patrulhando pelas ruas sem fim

cada bairro um tipo de cuidado

cada cuidado um Deus sob mim.

Deita o seu sono...

Todo fiel e verdadeiro

enquanto eu...

Passo em branco pela noite

os sonos de todas as horas

os trancos de todas as foices.

Antonio Montes

Amontesferr
Enviado por Amontesferr em 17/03/2020
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