ARREBATA
ARREBATA
Poesia é uma moça, casamenteira...
Que com casa ou, sem casa.
Ela casa.
Ela casa de branco de verde
amarelo azul...
Pelo norte, pelo sul
Ela casa... Ela, descasa.
E logo, descasca a casca.
Cheia de sérios e besteiras
A casca, taxa
e esculacha
E se perde pela mata.
Se perde pela rua, pela lata
Perde pelas praças e arrebata.
Depois se acha por ai,
pelos abraços e jardins
pelas flores e colibris.
Pelas estradas e caminhos
pelos vim e pelos ir.
Se perde por ai...
Entre uma lagrima e um sorrir,
pelos caminhos soltos e enredos
pelas noites manhãs tardes cedo,
pelo meio da vida,
pelos miados dos segredos.
Antonio Montes