BARULHO

BARULHO

Em algum lugar no barulho...

Alguém trabalha sorria, pia e chora

consome e se consome se apavora

envolve desenvolve fica, vai embora.

Em algum lugar no barulho...

Alguém, ama emana esgana, se sacode

atira pedra, desemperra e se agrega

em cima da cama, porre... Se envolve

nasce e corre.

Em algum lugar no barulho...

Nave voam e aterrissa em planetas

cava cova morre, fecha cara preta, careta

faz enxurrada com a brisa e mostra a

cara do capeta.

Em algum lugar no barulho...

Pedra vira mármore, buraco vira ouro

argila vira estatua telhas de casa tijolos

pele faz pelego, corda, cordão, tira de couro.

Em algum lugar no barulho...

O amor canta a fome janta a misera chora

o silencio, desintegra com barulho sob hora

e a paciência nessa do agora vai embora.

Em algum lugar no barulho...

O tinido zombe o zumbido atrevido, loco

o grito estronda a escuridão da noite

as lagrimas rompe a alma e desencadeia

o choro.

Em algum lugar no barulho...

Igrejas grita implora agregando, pedidos

o grito, reza ora almeja mulher e marido

o sentimentos se espanta com o volume

de tudo aquilo.

Em algum lugar no barulho...

Só o mudo silencia o seu limitado mundo

o vagabundo grita o pão como esmola

ergue-se espada para paz e degola o

pescoço do inocente surdo.

Antonio Montes

Amontesferr
Enviado por Amontesferr em 24/02/2020
Código do texto: T6873047
Classificação de conteúdo: seguro