FINGIDOR DE MUNDOS

FINGIDOR DE MUNDOS

Quando as crias do mundo me rodopia

eu destranco os cadeados e desvencilho

as correntes do meu capeta. Ai então eu

rodo em mim a minha carrapeta, preta.

O meu capeta é feito de carne e osso...

O sangue é vermelho os olhos são...

Pretos, castanhos verdes azuis... Olhos

para todo tipo de luzes e arcabuzes.

O meu capeta as vezes salgado n'outra

vezes insosso... As vezes dá passos

certos n'outras vezes dá passos coxos

... E quando o sapato aperta!

O meu capeta, faz careta, bate peteca

e finge que é um bom moço.

Antonio Montes

Amontesferr
Enviado por Amontesferr em 23/02/2020
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