FINGIDOR DE MUNDOS
FINGIDOR DE MUNDOS
Quando as crias do mundo me rodopia
eu destranco os cadeados e desvencilho
as correntes do meu capeta. Ai então eu
rodo em mim a minha carrapeta, preta.
O meu capeta é feito de carne e osso...
O sangue é vermelho os olhos são...
Pretos, castanhos verdes azuis... Olhos
para todo tipo de luzes e arcabuzes.
O meu capeta as vezes salgado n'outra
vezes insosso... As vezes dá passos
certos n'outras vezes dá passos coxos
... E quando o sapato aperta!
O meu capeta, faz careta, bate peteca
e finge que é um bom moço.
Antonio Montes