FEIRA DOS HOMENS

FEIRA DOS HOMENS

Na feira dos homens,

eu vi a fome na prateleira da falta

... A praga, na placa sem vaga

o pesadelo no sonho sem noite

na demissão dos empregos o ego

e o medo de se ter mais medo.

Na feira dos homens...

Eu vi a tristeza no caminho da

incerteza o sangue no fio da

lamina... O tempo surdo do

amanhã a falta nítida na beleza,

da coerência e a honra sobre

o divã.

Na feira dos homens...

Lobisomens se consomem

por meia dúzia de moeda

o valor sobre seu nome

um plano para o futuro

a morte que nos agrega.

Na feira dos homens...

Os risos são forçados

o dinheiro é para fazer ricos

os amores são para fazer coitados

... Não existe clareza na mesa!

Nem beleza sem avareza...

Na feira dos homens...

As moedas falam mais alto que

o amor. Venderam a paz pelas

trinta, crucificaram a coerência

moldaram a vil concorrência

Antonio Montes

Amontesferr
Enviado por Amontesferr em 29/01/2020
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