FEIRA DOS HOMENS
FEIRA DOS HOMENS
Na feira dos homens,
eu vi a fome na prateleira da falta
... A praga, na placa sem vaga
o pesadelo no sonho sem noite
na demissão dos empregos o ego
e o medo de se ter mais medo.
Na feira dos homens...
Eu vi a tristeza no caminho da
incerteza o sangue no fio da
lamina... O tempo surdo do
amanhã a falta nítida na beleza,
da coerência e a honra sobre
o divã.
Na feira dos homens...
Lobisomens se consomem
por meia dúzia de moeda
o valor sobre seu nome
um plano para o futuro
a morte que nos agrega.
Na feira dos homens...
Os risos são forçados
o dinheiro é para fazer ricos
os amores são para fazer coitados
... Não existe clareza na mesa!
Nem beleza sem avareza...
Na feira dos homens...
As moedas falam mais alto que
o amor. Venderam a paz pelas
trinta, crucificaram a coerência
moldaram a vil concorrência
Antonio Montes