Quero

Aos que pensam nos meus versos

Como um montante de letras,

Digo o que esclarece:

Eu hoje escrevo sonhos,

Escrevo olhos carregados, d’água e brilho,

Boca em sorriso e barriga cheia.

O que registro eclode de todo pedaço,

Toda faixa estreita que alguma raiz alcança.

Os sonhos são todos infinitos,

Até mesmo aqueles que terminam

No ponto final que marco em cor.

É um desejo de brinquedo, um desejo de sorvete,

Uma vaga na escola, um emprego

Ou mesmo um assento vazio na condução.

Minhas linhas são prazeres, a maioria não realizados

Daí o sonho, antecessor do verso.

Poema é identificação por isso:

Trazer um quê de anseio de todo pé no chão,

De toda mãe e pai, toda criança,

Todo empregado ou desempregado;

Na minha escrita vem o artista anônimo,

Que faz malabares com eventos cotidianos

Tentando explicar aos que leem meus versos

Como um montante de letras desatropeladas

Que hoje eu escrevo sonhos.

Crônicas de um Ignorante
Enviado por Crônicas de um Ignorante em 14/01/2020
Código do texto: T6841444
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