ANO NOVO
Eis-me aqui
dividindo as frutas
com os gárgulas e os gryphons
e indo embora com o vento
libertador.
Seriam estes pássaros cantadores
que chegam à minha varanda
ao amanhecer,
anjos disfarçados de poetas?
Seriam poetas?
Seriam poetas de ruas
portando fantasias?
Seriam trovadores e violeiros?
Seriam avatares de amores idos?
E a canção que trazem
seria um bálsamo, um antídoto
para as cicatrizes da alma?
Eis-me aqui
ao longo da caminhada
como um coletor de borboletas
dividindo a estrada
entre as delícias do sol
e as gotas de luar.