HUMANOS
Nascemos desprotegidos e receptíveis.
Acolhemos sentimentos, comportamentos
E entendimentos que se apresentam.
Fazemos o nosso melhor.
Assim edificamos um eu que idealizamos.
Quando assentados, sentimo-nos inquietos!
Alguma coisa nos incomoda.
Passamos a nos questionar!
Quem sou eu?
Sou uma parte de mim e uma maior parte do outro.
Se torna difícil nos identificar.
Sutilmente no caminho da vida passamos a conhecer-nos:
Alguns amigos se afastam ou nos afastamos ligados por interesses comum.
Buscamos conhecimentos que ansiamos.
Em fim vamos saciando nossa fome com assuntos que nos interessam.
Incorporando-nos com o que nos identificamos.
Então sutilmente passamos a observar os nossos comportamentos e descartar aquilo que não mais nos interessam.
Aliás, lamentamos quando no passado nos aproximamos de pessoas que em nada tinham a ver com a gente.
Tudo o que aparentemente nos protegia.
São como emplastros que cobriam nossas feridas quando infringíamos nossos comportamentos e sentimentos para nos aproximar daquelas pessoas que aparentemente nos ofuscavam.
A medida que nossas feridas saram caem os emplastros.
O que aparentemente nos protegia passamos a nos conhecer.
Pelo menos parte de nós e quando sarados, como no outono,
As folhas da árvore caem.
Na primavera viremos a florescer e nos conhecer.
Não faremos mais parte da manada.
Seremos únicos e singulares.
Passamos a nos admirar.
Magela Arruda
2019