HUMANOS

Nascemos desprotegidos e receptíveis.

Acolhemos sentimentos, comportamentos

E entendimentos que se apresentam.

Fazemos o nosso melhor.

Assim edificamos um eu que idealizamos.

Quando assentados, sentimo-nos inquietos!

Alguma coisa nos incomoda.

Passamos a nos questionar!

Quem sou eu?

Sou uma parte de mim e uma maior parte do outro.

Se torna difícil nos identificar.

Sutilmente no caminho da vida passamos a conhecer-nos:

Alguns amigos se afastam ou nos afastamos ligados por interesses comum.

Buscamos conhecimentos que ansiamos.

Em fim vamos saciando nossa fome com assuntos que nos interessam.

Incorporando-nos com o que nos identificamos.

Então sutilmente passamos a observar os nossos comportamentos e descartar aquilo que não mais nos interessam.

Aliás, lamentamos quando no passado nos aproximamos de pessoas que em nada tinham a ver com a gente.

Tudo o que aparentemente nos protegia.

São como emplastros que cobriam nossas feridas quando infringíamos nossos comportamentos e sentimentos para nos aproximar daquelas pessoas que aparentemente nos ofuscavam.

A medida que nossas feridas saram caem os emplastros.

O que aparentemente nos protegia passamos a nos conhecer.

Pelo menos parte de nós e quando sarados, como no outono,

As folhas da árvore caem.

Na primavera viremos a florescer e nos conhecer.

Não faremos mais parte da manada.

Seremos únicos e singulares.

Passamos a nos admirar.

Magela Arruda

2019

magelaarruda
Enviado por magelaarruda em 27/12/2019
Reeditado em 11/01/2020
Código do texto: T6828161
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