A PROCURA
Eu te direi que a vida acaba,
Quando o mar canta á solta,
É uma fraga.
Toda a gente se revolta.
Porém a voz do Vento ninguém traga,
Na bruma duma escolta.
Quando a luz do dia
Nos faz arrepiar
Ai que tristeza! Ai que alegria!
Nas ondas do mar.
Ás vezes nesta vida tudo acontece,
Quando uma esmola,
Ao pobre humilha e estremece,
E quem estiver bem da tola,
Tudo se esquece.
Juntam-se tristezas adversas
No vagão da camioneta
Onde um Homem
Nas sombras submersas
Espera um Poeta.
Passo horas inteiras,
Nesta vida sem fazer nada,
Por vezes nestas ladeiras
Com a minh'alma zangada...
Nas horas primeiras
Vejo conversas duma braçada
Espreitando as fiandeiras
Numa longa estrada.
LUÍS COSTA
18/08/2004
COMPOSTO E TRABALHADO CORRIGIDO E APERFEIÇOADO EM 09/09/2006