Trajetória

E nenhum coração jamais sofreu quando

foi em busca dos seus sonhos...

Paulo Coelho

Poeta que canta a cidade,

Poeta que canta o sertão,

Cantem minha ansiedade,

Cantem minha solidão.

No sertão vivi infância

Na cidade adolescência,

Do sertão herdei saudade

Da cidade a impaciência.

O que Deus dá a um

Ao outro também não nega,

A rima é fruto comum

De que ao verso se apega.

O vazio é fato constante

Neste peito sem estandarte,

Não canto o sertão

Pois dele já não faço parte.

A indiferença é fruto maduro

Na cidade em que sou obscuro,

Não sinto o belo e dói o corte,

Sem destino canto a morte.

Sou fruto de dois extremos

E muito tenho penado

Entendam minha amargura

Provem de minha doçura.

“Não vejo no meis de maio

Um poema em cada gaio”

“Sou no mundo um Raimundo”

Peregrino, bem no fundo.

Sou o que sou,

Uma ovelha desgarrada.

Sou o que sou,

Uma sonora gargalhada.

Cesar de Paula
Enviado por Cesar de Paula em 03/11/2019
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