Trajetória
E nenhum coração jamais sofreu quando
foi em busca dos seus sonhos...
Paulo Coelho
Poeta que canta a cidade,
Poeta que canta o sertão,
Cantem minha ansiedade,
Cantem minha solidão.
No sertão vivi infância
Na cidade adolescência,
Do sertão herdei saudade
Da cidade a impaciência.
O que Deus dá a um
Ao outro também não nega,
A rima é fruto comum
De que ao verso se apega.
O vazio é fato constante
Neste peito sem estandarte,
Não canto o sertão
Pois dele já não faço parte.
A indiferença é fruto maduro
Na cidade em que sou obscuro,
Não sinto o belo e dói o corte,
Sem destino canto a morte.
Sou fruto de dois extremos
E muito tenho penado
Entendam minha amargura
Provem de minha doçura.
“Não vejo no meis de maio
Um poema em cada gaio”
“Sou no mundo um Raimundo”
Peregrino, bem no fundo.
Sou o que sou,
Uma ovelha desgarrada.
Sou o que sou,
Uma sonora gargalhada.