ORGULHO DE SER NORDESTINO!
I
As gírias do meu nordeste
são como tesouros raros,
usamos “caba da peste”
para homens não tão caros.
Somos um povo valente
mas que decididamente
humor é o nosso amparo.
II
“Arrudêi” é dar a volta;
Cachete é comprimido;
Arengar é uma revolta;
Acochado é espremido;
Avechado é apressado;
Se tiver interessado
buliçoso é enxerido.
III
As pregas são de Quelé,
quando tá metido a besta.
Sem importância é ralé;
Balaio se chama cesta;
Peba é sem qualidade;
Temos a diversidade
começando pela sexta.
IV
O nordestino é alegre
disso aqui ninguém duvida.
Saindo, se reintegre,
no dicionário da vida.
Aprenda nossa Cultura,
Culinária, Arte e Bravura,
dando a importância devida.
V
“Aí dentu” é vai se danar;
Estribado é gente rica;
Ôxe é se empolgar;
Ridícula é quem é satírica;
A pulso é contra a vontade;
O que não falta é verdade
não tendo a gente fabrica.
VI
Temos um povo literário
que não inveja ninguém.
Siga esse itinerário
Para não perder alguém.
Temos Ariano Suassuna,
Jorge Amado de Itabuna,
Pernambuco tem também.
VII
João Cabral de Melo Neto
É recifense da gema.
Já a Raquel de Queiroz
no Ceará fez poema.
Podemos citar aos montes,
temos que beber nas fontes,
esse nordeste tem tema.
VIII
Luiz Gonzaga reinou
por esse país afora.
O nordeste recitou
em poesias sem demora.
Saiu quase sem destino
“Orgulho de ser nordestino!”
no alvorecer da Aurora.
IX
Na culinária também
temos que nos orgulhar.
O cuscuz nos faz tão bem
alimentando o lugar.
A macaxeira é primeira,
Tapioca tem na feira,
Buchada, bode e munguzá.
X
Vou acabar por aqui
pois não quero humilhar,
mesmo gostando daqui,
ali e também acolá,
não troco o meu nordeste
pois sou um “caba da peste”,
Quando saio quero voltar.