Melanina
Se o voo da ave é pleno no discurso absoluto
o suplício ligeiro do canto é a quietude livre
sobre tépidas ondas onde pássaros no ar
os passos fazem com cismas e sinas
para o gênio desnudar-se em fios de avencas.
Se a saliva do cosmo invalida o peso do fluido
poderia maravilhar-me com a queda do silêncio
no breve encanto de hinos e ritos suicidas
até a visão esquadrinhar o horizonte?
A plástica circunferência do limite é o disfarce
concebido na imensidão de flautas súbitas
na doutrina celestial. Ah! os passos
do preciosismo não me incomodam com
tentações imaturas na elegância do instante.
Se o canto traz o tempo nas madeiras
o texto sonoro invoca-se no culto
com alaridos presos na garganta
e gritos antecipados de concepções.