Melanina

Se o voo da ave é pleno no discurso absoluto

o suplício ligeiro do canto é a quietude livre

sobre tépidas ondas onde pássaros no ar

os passos fazem com cismas e sinas

para o gênio desnudar-se em fios de avencas.

Se a saliva do cosmo invalida o peso do fluido

poderia maravilhar-me com a queda do silêncio

no breve encanto de hinos e ritos suicidas

até a visão esquadrinhar o horizonte?

A plástica circunferência do limite é o disfarce

concebido na imensidão de flautas súbitas

na doutrina celestial. Ah! os passos

do preciosismo não me incomodam com

tentações imaturas na elegância do instante.

Se o canto traz o tempo nas madeiras

o texto sonoro invoca-se no culto

com alaridos presos na garganta

e gritos antecipados de concepções.

ubirajara almeida
Enviado por ubirajara almeida em 21/10/2019
Reeditado em 22/08/2020
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