Sina
Tudo doi,
o corpo cansado,
a alma aguerrida,
tudo parece sumir no tempo,
como o caloroso brado,
a sinuosa vida,
tudo corroi.
Sobra-nos o pó,
da estrada de terra,
das flores primaveris,
sobra-nos o sopro de alento,
diante das quimeras,
dos alardes pueris,
sobra-nos a dó.
Tudo nos sobra na medida,
pelo que somos e deixamos de ser,
pelo que ainda nos resguarda o destino.
Tudo nos sobra na partida,
um sinal de adeus, um bem-querer,
entre a dor e a alegria que vestimos.