Em um boteco às 19 horas
Um mar de carros avança no verde sinal
A areia do asfalto se molha
Cães passeiam sua postura corporal
O garçom atento tudo olha
Deixe livre o cruzamento
Fila de táxis no ponto
Talvez tenha chegado o momento
De fechar o caderno do conto
A temperatura ligeiramente caiu
Não houve a notícia esperada
O homem entrou no carro e partiu
A taça na mesa abandonada
Tudo o que já existiu não significa nada
O mais forte alicerce do encanto ruiu
A barata entre as mesas desesperada
A moça da boca amarela sorriu
O charuto apagou
A cerveja esquentou
A espera ficou sem sentido
Depois do olhar perdido
A saudade no choro contido
Com a certeza da juventude despencou