algumas batalhas
Algumas batalhas não servem aos hinos que cantam
Os campos de guerra se espalham na cidade,
Becos urbanos desumanos.
Morrem mais de cem,
Um pouco a cada dia,
Fome depressão difteria
No hospital, à espera do nome,
Da maca, que leve a um lugar quente.
A lousa diz sobre as táticas de guerra
É matar ou morrer,
o inimigo está à espreita na esquina
Só o giz não ensina, como encarar o espelho.
Meus olhos ficaram negros,
Acostumaram- se as sombras e a frigidez da agulha
Fiapos de sangue não tem cheiro
Nem tampouco os pesadelos.
Plantei flores de plástico no parapeito da janela,
Talvez elas, sobrevivam ao inverno
Só um caule uma haste solitária
A resistência da terra, em mais um dia amanhecido.
Soldados de rostos desfigurados
desfilam perdidos, na estação central
Sem rumo, sem brasão, sem emprego,
Sem tostão,
Não sabem das respostas, da cegueira torta dos homens,
conhecem a maldade da guerra,
O vazio,
A indiferença do asfalto.
Lu Genez.