Insones noites
Refém das noites vazias
E o noturno como cárcere.
Rabisco a parede da memória.
Insone albergue madrugada,
Em que o silêncio é voz
E o breu é companhia.
Atravesso os passos
E tropeço no invisível.
Arrasto o corpo leito frio.
Sucumbo ao insólito,
Reviro do avesso,
Esmurro o tempo.
Vedados os olhos
Pelo sólido escuro,
Enxergo passivo o algoz.
Suplico ao opressor.
Atormento até me render.
Vão tentativa de me libertar.
Conformado ao exílio obscuro.
Submisso à opressão.
Insano, rasgo versos mudos.
Refém das noites vazias,
Capturo os pesadelos
E me transformo no carrasco!