Exoneração

Exonerei minha existência num cochilo de fim de tarde,

Algumas horas retardam o instável,

Fechei os olhos, mirei os pensamentos no menor abalo,

Nos desejos fúteis, constantes e migrados,

Namorei por mim mesma, outro dia, outro estado,

Relacionei as situações com o improvável,

Todo, qualquer sigilo, vergonhosa,

Cobri-me até o dorso e abracei individualidade,

Parti em inexistência ao meio do dia,

Acordei, remexi acima da cama as mesmas cobranças,

Levantei-me algemada, intrínseca,

O mesmo eu, a mesma vida.

Típica.

Carolina Maria Souza
Enviado por Carolina Maria Souza em 12/07/2019
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