Indireta Aracnídea
Vi a teia da senhora arranha
Sequer o orvalho da noite agarrar
A senhora arranha paciente, a teia a espreitar
Não contive meus impulsos animalescos
Uma indireta para ela quis mandar
Anotei num papelzinho
Impropério vil pra lá deixar
Joguei na teia e sai correndo:
— Inútil, prefiro o teu primo, escorpião!
A vi lendo meu bilhetinho
Que enganada jogastes ao chão
Não respondeu uma só palavras
O que também partiu meu coração