CABOCLO PEÇONHENTO
Devia ter feito o café
..., mas não fiz;
Peguei o batel e singrei o rio;
Ela, ficou na rede ainda sonolenta.
Cheguei apressado na ilharga da mata
E fui logo colocando meu alforje
Sobre a soleira do giral.
Lembro vagamente...
...ela ficou espreguiçando a moleza
Juntos aos meninos...onze ao todo...
Se lembro bem... se não me falta
Um pouco de humanidade.
Todas as noites naquelas paragens
Me atenho a jogar meus cantares,
Minhas ladainhas e meus murmúrios.
O rio calmo atravessa
Despencando cachoeira abaixo
Um turbilhão de água;
Na mata esturra a onça,
O uirapuru canta,
Matinta Pereira assovia;
Me apego pacientemente a peconha
E desabo a subir o mais alto.
Lá em casa a onça bebe água.
Devia ter feito o café
..., mas não fiz.