ENCONTROS NOSTÁLGICOS!
Passaram-se algumas décadas.
Houve uma separação natural.
Cada um na esperança de se projetar.
De criar mecanismos pra viver e amar.
E assim foi...Surgiram as oportunidades.
E muitos de nós ausentou-se de nossa cidade.
Aí os anos passaram como cometa.
Deixando aquele vácuo de vida entre o antes e agora.
Esperava -se no íntimo de cada um o sonhado milagre.
Que despertava a cada lembrança daquilo que vivemos na nossa infância.
Era uma saudade. Um aperto indelével no peito.
A gente não sabia definir direito!
Porque era uma coceira que vinha e voltava.
Era um sentir conturbado por lembranças.
Por carência. Por vontade de ter esperança.
Mas, esperança do quê?
Se a gente tinha alcançado parte dos objetivos?
E a angústia continuava. Aquilo até incomodava.
Principalmente para quem estava longe do retorno.
Assim...como eu que perdi minhas pegadas.
Que construí sozinho a minha estrada.
No fundo, no fundo, eu sabia o que me perturbava.
Era o medo de não voltar.
De morrer antes de reencontrar.
Mas, reencontrar o quê?
Se nem mesmo eu sabia pelo quê eu ansiava.
Numa dessas viagens mentais veio o milagre.
Descobri que meus pensamentos há muito tempo estavam viajando.
Abri a gaveta e vi que minha inspiração vagava.
Ia longe e voltava. Mas em que lugar ela estacionava?
Meus escritos escreviam fatos, boatos, episódios , causos e traquinagens.
Eram as lembranças de meu tempo de criança.
De época bem vivida na cumplicidade de uma simples cidade.
Descobri que era Amambai que me chamava .
Mas, como vou resolver isso?
Não tenho por lá os parentes, os amigos...
Tenho medo de chegar lá e ser um desconhecido.
Aonde vou ficar?
Hospedo-me em um hotel e faço o quê?
Vou na missa! Mas não tem mais padre Bonfilho e nem Antônio Segatto!
E se eu andar nas ruas não verei Genésio.
Não verei meu tio Aurecy taxista.
Isso seria um desastre pra minhas vistas!
Mas, Deus é sábio !
Ele sabia que, com o eu, muitos pensamentos convergiam para o mesmo propósito.
E, ELE, na sua plenitude, escolheu a irreverência pra nos dar esse presente.
Fez surgir na mente de irmãos o caminho de volta.
Deu-nos a internet e nela embutiu o CAV.
E o curioso...com base em uma lembrança!
Uma idéia irreverente vinda do saudoso ‘pau-baixo’
Coisas dos remelexos do dia a dia.
Era uma gurizada festeira.
Tinham que achar uma origem bem ‘bagaceira!
Daí veio o milagre!
Em setembro/19 concretiza-se o quarto encontro.
Esses moços/velhos viraram moleques de novo.
Hoje se misturam com Amambai e seu povo.
Contribuem pra resgatar a nossa histórica.
Fazem presentes e atuais as nuances de outrora .
Revivem panduís, bicas e morros.
Estão vivos na memória desse povo.
Graças a esses incansáveis filhos de Amambai.
Que mesmo tão distantes.
Nunca esquecerão tudo que já foram antes.