Palavras Mal-ditas

Palavras, quantas palavras!!!

Saem de nossas bocas, às vezes, sem pensar

Mas em nós elas estão,

Estão guardadas em algum lugar.

As vezes saem mansinhas, leves e suaves

Outrora como vulcões e furacões

Que machucam e atravessam

Os vários corações

Pior é quando saem de bocas

Que insistem a continuar o trabalho

Trabalho de ferir e machucar

E nem ao menos se dispõem a se responsabilizar

Palavras, quantas palavras!!!

Algumas ditas de forma a atingir

Sem nenhum cuidado ao outro

Atingir aquele que ali está e que nem parece existir

Palavras que viram larvas

Prontas a trabalhar para a decomposição

Dos seres que ali estão

E que nem se deram conta se fizeram alguma má ação

Palavras, uma imensidão delas

Prestes a nos servir

Para que uma boa comunicação

Possa ao menos tentar existir

Com tantas palavras para usar

Escolhas são feitas para abusar

Do outro com o qual se convive

Sem ao menos se implicar

Uma vez ditas

Não há como apagar

As marcas deixadas

Que sempre irão ficar

As pessoas parecem que estão ao avesso

Passam sobre o outro como um trator

E colocam como se fosse um simples tropeço

E não fazem questão de lembrar que ali existe uma dor

Palavras, quantas palavras!!!

Nós podemos usufruir

Pensando no próximo podemos construir,

Mas pensando em nosso ego, o que fazemos é destruir.

As palavras são para nos servir,

Mas enquanto seres humanos e assim falantes

Precisamos nos fazer entender

Que nossos semelhantes, com nossas palavras, podem se desfalecer.

Um grito de socorro,

Venho pedir

Que palavras suaves possamos oferecer

Se assim não for, o que se tem a fazer é só correr.

Ana Rita Tavares
Enviado por Ana Rita Tavares em 08/06/2019
Código do texto: T6668313
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.