Palavras Mal-ditas
Palavras, quantas palavras!!!
Saem de nossas bocas, às vezes, sem pensar
Mas em nós elas estão,
Estão guardadas em algum lugar.
As vezes saem mansinhas, leves e suaves
Outrora como vulcões e furacões
Que machucam e atravessam
Os vários corações
Pior é quando saem de bocas
Que insistem a continuar o trabalho
Trabalho de ferir e machucar
E nem ao menos se dispõem a se responsabilizar
Palavras, quantas palavras!!!
Algumas ditas de forma a atingir
Sem nenhum cuidado ao outro
Atingir aquele que ali está e que nem parece existir
Palavras que viram larvas
Prontas a trabalhar para a decomposição
Dos seres que ali estão
E que nem se deram conta se fizeram alguma má ação
Palavras, uma imensidão delas
Prestes a nos servir
Para que uma boa comunicação
Possa ao menos tentar existir
Com tantas palavras para usar
Escolhas são feitas para abusar
Do outro com o qual se convive
Sem ao menos se implicar
Uma vez ditas
Não há como apagar
As marcas deixadas
Que sempre irão ficar
As pessoas parecem que estão ao avesso
Passam sobre o outro como um trator
E colocam como se fosse um simples tropeço
E não fazem questão de lembrar que ali existe uma dor
Palavras, quantas palavras!!!
Nós podemos usufruir
Pensando no próximo podemos construir,
Mas pensando em nosso ego, o que fazemos é destruir.
As palavras são para nos servir,
Mas enquanto seres humanos e assim falantes
Precisamos nos fazer entender
Que nossos semelhantes, com nossas palavras, podem se desfalecer.
Um grito de socorro,
Venho pedir
Que palavras suaves possamos oferecer
Se assim não for, o que se tem a fazer é só correr.