MADRUGADA GELADA

É madrugada

nublada e gelada

olho pela janela

e vejo a cidade parada,

quase todos dormem

o sono da regeneração,

vejo na cadeira o violão

e começo a compor uma canção,

a luz fraca do abajur

e o tique taque do relógio

regem meu poema

falando do dilema da vida.

Projetam-se imagens sobrepostas

de velhas historias vincada

subindo degrau a degrau

até o topo da escada.

Tudo adquirindo forma desajeitada,

é um sonho ou nova empreitada?

Mas tudo muda ao raiar do dia

ficando apenas a canção e sua melodia.