O POETA E A SOLIDÃO
Lá vai ele pelas avenidas
Pelos caminhos
Pelas ruas, vielas e favelas.
Em cada flor
Cada gesto
Cada ação
Humana ou não
Uma anotação na mente
Na lente da sensibilidade
Como uma máquina fotográfica.
Chega em casa
No seu quarto
Sala ou escritório
Se despe de roupa
E de alma
Pisa descalço o chão
Respira fundo com calma
Pega caneta e papel
Ali sentado
Em sua solidão.
Deixa as mãos agir
Cuspindo emoção
Em forma de tinta
Da caneta para o papel.
O poeta experimenta as vezes o inferno
Noutras vezes vai ao céu
Escreve o que vê
E exprime o que pensa
Quase sempre tem ausência
A sua criação de si mesmo
Mas de toda forma
Deixa um pedaço de si
Em suas palavras.
Exprime amor
Loucura e paixão
Esse ser “louco” e estranho
Que traz espanto a tantos
É o grande amante
Da solidão.

JOEL MARINHO
 
Obs: O uso apenas da forma masculino foi somente para manter um estilo sem quebra, mas quando escrevo poeta leia-se também poetisa.