O sujeito.

O lado escuro da cidade …

Abre seus braços;

A infinita chama da maldade;

Da longos abraços;

Deixando o dia carrancudo;

E a noite sombria.

Num desses abraços;

Um sujeito…

Tomba na boca de uma viela;

Depois de tudo consumado…

Não lhe resta braços, nem abraços.

Apenas o frio do asfalto;

No berço da cidade;

Aquecido não por braços…

Por uma poça de um vermelho quente;

Nada lhe resta…

Só o esquecimento perene.

O sujeito…

Talvez fosse ou não fosse;

Talvez fugisse ou ficasse;

Talvez sua culpa o seguia;

O fato é que o encontrou…

E no braço da morte….

Tudo terminou.

Ele tinha história;

Tinha rosto;

Tinha nome e família;

Mas para mim era o sujeito.

Que na boca da noite;

Numa viela…

Ao lado da minha casa;

Seu corpo inerte tombou;

E no abraço da morte…

Sua história terminou.

Tão brutal foi esse ato;

Que minha alma se fatigou.

Seu algoz numa moto escapou;

Não se viu o rosto do atroz;

Nem seu coração se revelou.

Apenas sua arma terror causou.

Havia alvoroço, na rua só terror;

Pra mim ficou o medo…

Do abraço que a cidade levou,

E do escuro que ela se tornou.

Marya Ferreira
Enviado por Marya Ferreira em 29/04/2019
Código do texto: T6635310
Classificação de conteúdo: seguro