O sujeito.
O lado escuro da cidade …
Abre seus braços;
A infinita chama da maldade;
Da longos abraços;
Deixando o dia carrancudo;
E a noite sombria.
Num desses abraços;
Um sujeito…
Tomba na boca de uma viela;
Depois de tudo consumado…
Não lhe resta braços, nem abraços.
Apenas o frio do asfalto;
No berço da cidade;
Aquecido não por braços…
Por uma poça de um vermelho quente;
Nada lhe resta…
Só o esquecimento perene.
O sujeito…
Talvez fosse ou não fosse;
Talvez fugisse ou ficasse;
Talvez sua culpa o seguia;
O fato é que o encontrou…
E no braço da morte….
Tudo terminou.
Ele tinha história;
Tinha rosto;
Tinha nome e família;
Mas para mim era o sujeito.
Que na boca da noite;
Numa viela…
Ao lado da minha casa;
Seu corpo inerte tombou;
E no abraço da morte…
Sua história terminou.
Tão brutal foi esse ato;
Que minha alma se fatigou.
Seu algoz numa moto escapou;
Não se viu o rosto do atroz;
Nem seu coração se revelou.
Apenas sua arma terror causou.
Havia alvoroço, na rua só terror;
Pra mim ficou o medo…
Do abraço que a cidade levou,
E do escuro que ela se tornou.