VISÕES
O homem na calçada
Em cima do papelão
Os olhos tão vazios
Como eu nunca pude ver.
Quantas coisas ele viu?
Quantos carros e pessoas
Passando em sua frente
E ninguém o viu.
Eu acho que ele pode entender
Como eu nunca pude
A banalidade do que é viver
E que as pessoas têm tanto em comum
Como eu nunca pude ver.
O homem já ficou pra trás
E já vejo outro homem
Em outra calçada.
Quantas coisas que ele viu
Que eu nunca hei de ver?