PENA DE GANSO
Naquela madrugada
Estava inspirada
Por literatura inusitada
De repente, olha o travesseiro
Avista um pontinho preto
E fica a indagar:
Uma pulga?
Um mosquito?
Baratinha?
Formiguinha?
Nada a convencionar
Continua a leitura
Sem poder dispensar
A ¨atenção franjal¨
Que da tal manchinha escura
Não desvinculava o olhar
Exclama com incauta leveza:
Nessa incerteza
Não posso continuar!
Da leitura
Sem querer se desvencilhar
Não resiste!
Aproxima-se da cruel perseguição
E ... zás!
Dá-lhe um puxão.
Um susto!
Um sorriso!
Uma gargalhada!
Descobre que a imagem do terror
Era apenas uma peninha preta
De um suposto ganso negro
Que junto às demais penas de ganso,
Brancas e alvas,
Fora no travesseiro acomodada
E riu muito da mancada
(Quando poetizo, sou Lucy Almeida-28.04.2017; 00:10 horas)