"Ansiedade"

"Ansiedade"

Vago pelas ruas imaginárias do meu pesadelo sem fim

Procuro portas abertas e destrancadas

Quero um encontro comigo, do meu eu, para mim mesmo

Procuro respostas exaltadas

Não aguento mais viver sob pressão

...

As batidas desconexas da alma

O descompasso do miocárdio, a falência do coração

O ar já não circula, pelo cérebro, pelas ventas, não atinge o pulmão

Fico sempre na espreita, na espera

Certa feita, talvez quisera

Ouvir algo que se diferenciasse do não!

...

Não consigo ser otimista

E olha que eu vivo uma vida purista

Não que eu não insista

A fugir desesperadamente do "não"

Isso me torna pessimista

Cético, desacreditado, com meu eu, intimista

Só eu e meus transtornos entendemos se há um motivo

Embora todos digam que "se ainda" estou vivo

Vale à pena viver!

...

São anos de tratamento

Remédios trocados a todo momento

Ritalina, codeína, Quetiapina

Alprazolam e Amplictil

Lorazepam e Rivotril

Ansitec e a "puta que o paril"

Cargas venenosas de Lítio

Doses cavalares de Valproato

Haldol e seus decanoatos

Todo tipo de "baratos"

E a Ansiedade não vai embora

...

Cada vez me sinto mais neurótico

Um louco, um demente, um psicótico

Queria apenas ser normal, e se não desse

Ao menos Normótico

Abandonar o olhar quase robótico

De quem sempre espera pelo pior

...

Quero sorrir a manhã do pio dos passarinhos

Ver a vida com carinho

E com Deus me entender!

Rodrigo Augusto Fiedler

Rodrigo Augusto Fiedler
Enviado por Rodrigo Augusto Fiedler em 11/04/2019
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