Poetas

Pela primeira vez na vida andei devagar,

Mentalmente seguia contando cada passo.

As mesmas pedras que habitavam aquela rua

Na minha ida, agora voltando de um encontro poético

Transformam-se lentamente em flores.

O barulho metódico dos carros

Naquele instante transformaram-se

Em uma lenta música de jazz

Que ouvir há alguns dias, sugerida pelo

Dono do encontro poético.

Poxa, sigo apaixonada pelas sensações dessa volta

Em que observo com outros olhos tudo.

Essas flores...

Esses antigos buracos...

Até o barulho enlouquecedor ...

Parece ter se acalmado aqui dentro.

Esse jardim vai brotando,

Mentalmente,

E em mim mesma.

Caminhado lentamente

Olhei a linda paisagem que desenhava

Aquele fim de tarde

Pude sentir o ultimo raio de sol

Brilhar no céu, no final daquela rua,

Que felizmente jamais será a mesma.

Algo finalmente mudou.

Nesta tarde inesperada

A menina toda medrosa

Saiu do seu casulo de borboleta

Ainda sem plano certo

Incorporou a verdadeira essência feminina que

A tranca no peito,

E foi ao encontro do seu poeta preferido

Por minutos insensatos

Tao longos e curtos minutos

Esqueceu do mundo que passava na rua

E se perdeu a um sorriso calmo, um olhar curioso

E meia hora de poesia ao pé do ouvido.

Desculpe-me, Carlos Drummond...

Charles Bukowski...

Ferreira Gullar

Olavo dono da vida láctea

Mas, nesta tarde de segunda-feira

Encontrei um diferente poeta

Este se diz demônio do nosso tempo

Contudo, quando Olavo disse:

"amai para entendê-las!”

Nunca tinha entendido...

Finalmente entendi hoje

No encontro com um poeta

Que o mistério é o amor...

BranquelaAquarela
Enviado por BranquelaAquarela em 19/03/2019
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