DESPERTANDO SUTILEZAS
Despertando Sutilezas
Queria escrever outro poema, sair
Dos meus cuidados, deixar-me levar
Mas não vou, não o quero, poemas e
Tão pouco palavras, só o silêncio
Ia escrever algo maior, não sei do quê,
Algo soberbo pois, a vida é volume, ao
Menos a vida que criei saindo de mim
Igual aos quereres, aos prazeres, ao
Nada.
Volto às páginas e as letras se perdem,
Tal qual a vida que criei, quanto maior
Se torna, mais me agiganto, descubro
Que a modernidade não lê poemas
Nem tão pouco bebe com amigos.
Vida é grande porque de mim nasceu,
Percebo suas armadilhas, sou vacinado
Alimento todos anseios, menos a beleza
Do mar, essa é maior do que a vida
O mar é livre, sutil, o mar orbita
Em mim, sobre a terra, se eu morasse
Na Bahia, seria do mar e de
Maria, faria uma canoa, e Maria
Seria maior do que tudo.