ESQUINAS INSANAS
Minhas esquinas foram feitas de arestas
De restos bêbados de algumas festas
Esquinas incertas sem uma lucidez
Em sombras, vendas da timidez
Esquinas orgânicas de oferendas e prendas
Com fendas abertas de tristezas passadas
A solidão engatilhada em encruzilhadas
Sem nada, sem luz, bruxas nem fadas
Esquinas concretadas em dura realidade
De maldades, dissabores de velhos amores
Impregnadas de raiva sem cor, mas com dores
Esquinas insanas, urbanas, sem uma afinidade
No muro apenas palavras sutis
No chão setas mostram a direção
A pichação no muro diz o que eu fiz
Olhando pra este chão, só indignação
Esquinas insanas
Esquinas iguaizinhas
Esquinas levianas
Esquinas mesquinhas