Educação dos sentidos

É a simetria que desenvolve

o organismo da leitura

na intransigente passagem

do inusitado ao lúdico.

Limar os nervos com delicadeza

é decifrar as imagens

no labirinto da imaginação

quando o útero desfez-se no belo.

Educar o olhar nos indivisíveis traços

do tempo é a modificação do sentido

no único instante da disciplina.

Tecer as cordas da audição

para emocionar-se com os semitons

são os perfumes dos corpos livres

que se avolumam na ternura da paixão.

Tocar a pele rósea de quem se fez mulher

é a tempestade poética da sedução

revestida na forma da incandescência.

ubirajara almeida
Enviado por ubirajara almeida em 21/02/2019
Reeditado em 23/08/2019
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